Uma das maiores festas populares do Nordeste, o São João, é também um dos patrimônios mais resistentes da cultura, do turismo e da música do Brasil. É também o período em que municípios baianos, no interior ou na Região Metropolitana de Salvador, costumam reunir atrações musicais ligadas ao forró, xote, pé de serra, sertanejo, axé e até o mpb em um só lugar.
Apesar de cidades como Serrinha, Amargosa, Cruz das Almas e Candeias estarem no centro das festividades, tanto em número de atrações e investimentos, contratações de atrações nos municípios de Pojuca, Catu e Conceição do Jacuípe também chamam a atenção de quem é de fora.
São cidades cujas festividades juninas recebem milhares de turistas e visitantes de diversas regiões do Brasil e são onde toda a movimentação financeira é pungente.
Para que o São João permaneça sendo uma data importante no calendário nordestino e seja um dos principais fomentos da economia local para essas cidades, é preciso fazer altos investimentos - e é isso que está sendo percebido pelos gestores municipais.
Cruz das Almas:
A cidade que atrai milhares de turistas e visitantes nos festejos juninos, foi o município com maior número de gastos com atrações musicais para o São João. Neste ano a cidade desembolsou R$ 9,29 milhões.
Serão 30 artistas e bandas musicais que devem subir no palco da festa junina. Somente pela apresentação do cantor Wesley Safadão, a cidade investiu R$ 1,1 milhão. As atrações com altos gastos são seguidas por Nattan (R$ 800 mil), Simone Mendes (R$ 800 mil), Leonardo (R$ 750 mil), Xandy Avião (R$ 700 mil), Natanzinho Lima (600 mil) e entre outras.
No ano passado, por exemplo, a gestão de Ednaldo Ribeiro gastou R$ 6 milhões na contratação de artistas e decorações para o São João, sendo que de acordo com denúncia de moradores, o município de Cruz das Almas vivenciava uma crise na saúde. À época, a queixa era quanto à falta de medicamentos básicos nas farmácias dos postos.
Em um mês, a cidade gastou 6.733.644,25 com saúde, através do Fundo Municipal de Saúde de Cruz das Almas, de acordo com dados do Portal de Transparência do município. Com Educação, o município desembolsou R$ 6.772.647,89, através do Fundo Municipal de Educação da cidade.
Catu:
Em Catu não foi diferente, a cidade acumulou um gasto com atrações musicais que correspondem a R$ 2,18 milhões. Henry Freitas aparece como o artista com maior cachê, cerca de R$ 565 mil, seguido de Mari Fernandez R$ 480 mil; Toque 10 e Thiago Aquino, de R$ 300 mil; Estakazero, de R$ 190 mil; Colher de Pau e Cangaia de Jegue, de R$ 100 mil; Arrocha o Nó, R$ 65 mil e Victor Viotti, de R$ 30 mil.
Uma ação civil pública foi ajuizada no dia 22 de maio ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), com pedido liminar contra o município de Catu, na gestão Pequeno Sales (PT), para regularizar o atendimento efetivo de estudantes com deficiência no acesso ao transporte público escolar.
De acordo com denúncias feitas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), há casos de desistência escolar na cidade de Catu devido à ausência de monitores, o que impossibilita o deslocamento seguro das crianças até a escola.