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Joseph Ratzinger não foi ?apenas? o Papa Bento XVI, mas também escritor best-seller.

Joseph Ratzinger não foi ?apenas? o Papa Bento XVI, mas também escritor best-seller.

Publicada em 31/12/2022 às 08:08h

por Globo.com


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 (Foto: Foto: Divulgação - Vaticano)

Joseph Aloisius Ratzinger, que morreu neste sábado (31) aos 95 anos, não foi apenas o Papa Bento XVI. Ele também foi autor de livros best-sellers e de clássicos acadêmicos.

Para críticos e historiadores, o grande legado de Bento XVI são os seus textos teológicos, que ainda serão estudados por muitas gerações.

A série de livros “Jesus de Nazaré” contou a história da vida de Jesus com toques de história e teologia. Foi best-seller em muitos países.

Em seu livro-entrevista com Ratzinger, Peter Seewald defende a ideia de que o principal objetivo de Bento XVI em seu pontificado era demonstrar ao mundo e à própria Igreja, atordoados por tantas mazelas, que a fé ainda é importante e que Deus é essencial para a humanidade.

“Os oito anos de seu ministério foram uma espécie de grandes exercícios espirituais dos quais a Igreja precisava para consolidar o castelo interior e fortalecer a própria alma”, escreveu o jornalista.

Para o padre e historiador italiano Roberto Regoli, “a questão central do pontificado beneditino é a fé em Jesus Cristo, que no mundo ocidental está em nítido regresso”.

A maioria dos textos que publicou como Papa tinha esse direcionamento. Entre seus clássicos acadêmicos está o livro “Introdução ao Cristianismo”, que compila lições universitárias publicadas em 1968.

Amante da música clássica, Bento XVI tocava piano e tinha apreço especial pelas obras de Mozart.

Além das dezenas de livros que escreveu quando foi professor de teologia, bispo, arcebispo e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger assinou três encíclicas (documento mais importante escrito por um papa) e deixou uma quarta pronta, para ser assinada por Francisco.

Especialistas notam mudanças no tom e nas teses defendidas por ele ao longo da vida. A encíclica Caritas in veritate (“Caridade na verdade”), desafiou o mundo a encontrar modelos de desenvolvimento social e econômico mais humanos, centrado no amor.

“O Papa Ratzinger é um homem de estupenda e belíssima inteligência”, disse o cardeal austríaco Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, amigo e discípulo de Bento XVI, em uma longa entrevista ao canal italiano TV 2000.

“Sua força, no entanto, não é só essa, mas a simples e humilde amizade com Jesus que transparece em todos os escritos e em tantas de suas belas homilias.”

Tanto como papa quanto como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – órgão responsável pela disciplina e os dogmas – Bento XVI foi muito criticado por algumas alas da Igreja. Dois grupos, em especial, viram nele uma espécie de algoz ao menos em alguns momentos de sua vida.

Primeiro, os que pediam mudanças progressistas nas doutrinas morais da Igreja, especialmente no que diz respeito à moral sexual. Assim como João Paulo II, Bento XVI adotou uma linha predominantemente conservadora nessas questões.

Em diversas ocasiões, ele manifestou, por exemplo, ser contrário ao aborto em qualquer circunstância, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à distribuição de preservativos como política pública, ao fim do celibato dos padres e à flexibilização das normas da Igreja para pessoas em segunda união.

Segundo os representantes da teologia dita “de esquerda”, como os chamados teólogos “da libertação”. Esse movimento típico da América Latina nasceu nos anos 1960 e 1970 e conciliava a defesa dos pobres na política com o cristianismo. Parte dos membros dessa linha adotou um viés marxista e, durante o pontificado de João Paulo II, foi alvo de sanções disciplinares. No Brasil, ficou conhecido o teólogo Leonardo Boff.

O padre jesuíta alemão e português Andreas Lind explicou ao G1 que alguns “excessos de mudança radical, próprios dos anos 1960, realizados tanto na sociedade como em alguns setores da Igreja, talvez expliquem a atenção prestada por Bento XVI à continuidade com a tradição do passado”. Segundo Lind, uma das grandes contribuições de Ratzinger foi o diálogo entre fé e razão.

“O senhor é o fim do velho ou o início do novo?”, perguntou o biógrafo Peter Seewald a Bento XVI. “As duas coisas”, respondeu o papa aposentado.

Vida:

Joseph Aloisius Ratzinger nasceu em Marktl am Inn, município do estado da Baviera, na Alemanha, e cresceu durante o período em que o regime nazista ganhou força na região. Seus primeiros anos de vida, até a adolescência, foram passados em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria. Foi na região que o futuro papa começou sua formação cristã e cultural.

Ele chegou a participar da Juventude de Hitler durante a adolescência, o que gerou polêmica após sua eleição – a participação no movimento era obrigatória desde 1939 e o Vaticano justifica que, assim que pôde, o jovem Ratzinger optou pelo seminário.

Em 1943, já mais para o fim da Segunda Guerra Mundial, Ratzinger e seus colegas de seminário foram convocados para os serviços auxiliares antiaéreos. Ele não chegou a participar das batalhas devido a uma infecção em um dos dedos, que não permitiu que ele aprendesse a atirar.

Foi ordenado padre em 1951 e bispo em 1977. No mesmo ano, o Papa Paulo VI o nomeou cardeal. Nunca deixou de escrever e dominava seis idiomas: alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano, além de ter conhecimentos de português.

Chegou a ser arcebispo de Munique, na Alemanha, e de 1981 a 2005 ocupou o cargo de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tornando-se braço direito do Papa João Paulo II, no comando das questões morais. O objetivo desse escritório vaticano é justamente prezar pela manutenção das tradições e pela conservação das doutrinas católicas.

 




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