A taxa de desemprego ficou em 6,8% no trimestre móvel encerrado em julho, a menor para o período desde 2012, início da série histórica da pesquisa. Trata-se de uma taxa próxima ao pleno emprego, como economistas definem o momento em que a oferta de trabalho está apertada, quase em equilíbrio com a demanda por mão de obra. A população ocupada atingiu novo pico e chegou a 102 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, a expansão do emprego no país tem se dado pelo aumento da renda do trabalho. Com mais recursos disponíveis, cresce o consumo das famílias e, por consequência, a demanda por novos profissionais:
“O crescimento do emprego via aumento de renda acaba impulsionando geração de mais emprego. Dado esse aquecimento, as empresas buscam trabalhadores que vão dar conta da produção de bens e serviços, que neste momento estão sendo bem demandados pelos consumidores”.
Recorde de empregos:
Mais 1,2 milhão de pessoas ingressaram no mercado de trabalho e o número de ocupados no país bateu recorde de 102 milhões. No ano, o aumento foi de 2,7%. A alta foi puxada tanto pelo emprego formal quanto informal.
O emprego com carteira assinada alcançou a marca de 38,5 milhões de trabalhadores, aumento de 731 mil pessoas no trimestre. Já o emprego sem carteira atingiu 13,9 milhões. Os empregados do setor público totalizaram 12,7 milhões, nível também recorde da série. A alta foi de 3,5% (424 mil pessoas) no trimestre e de 3,6% (436 mil pessoas) no ano.
O bom desempenho do comércio foi o que puxou o aumento do emprego entre os meses de maio e julho. Já são 19,3 milhões de profissionais empregados no setor, contingente recorde da série iniciada em 2012. A atividade contribuiu com 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. No ano, esse grupamento cresceu 2,6%.
“Parte expressiva da expansão da ocupação no comércio ocorreu por meio do emprego com carteira de trabalho assinada, o que contribui para a melhoria da cobertura de formalidade nessa atividade”, conclui Adriana, do IBGE.
A taxa de subutilização, por sua vez, recuou 7% no trimestre. O indicador reúne aqueles que estão desempregados, que trabalham menos do que poderia ou que não procurou emprego mas estava disponível. Há 18,7 milhões de pessoas subutilizadas no país, 1,4 milhão a menos do observado em abril. Este é o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015 (18,6 milhões).